PREFÁCIO
Tive a graça de Deus, magnânimo e
generoso para comigo, ao conhecer o jovem, adolescente, Iron Junqueira, que me
foi apresentado por seu distinto e honrado pai, no recinto da Câmara Municipal,
no distante ano de 1955, quando éramos Vereadores.
Compenetrado, porém, atento a
tudo que acontecia no recinto do Legislativo, aquele menino-moço, de compleição
normal, farta cabeleira e olhar penetrante, de baixa estatura, assentava-se na
primeira fila das cadeiras reservadas ao público, parecia participar das discussões mais acaloradas.
Muitas vezes com ele dialoguei,
porque comigo se afeiçoou, face à estreita amizade que mantinha com o seu nobre
pai, meu companheiro na Câmara Municipal. Ali nos identificávamos com as
manifestações e votos iguais, nas decisões de interesse público, sempre atentos
na vigilância da moral administrativa. Sebastião Pedro Junqueira foi um
exemplar cidadão, Vereador eficiente e notável por suas corajosas atitudes. Franco, destemido, valente
e responsável, honrou o seu mandato e foi um dos bons obreiros do nosso
progresso. Jornalista, empresário, diretor do jornal “O Anápolis”, sempre me
franqueou as suas colunas para publicação de artigos, muitos, contrários ao
Prefeito, da sua facção partidária. Uma bonita Avenida ostenta o seu nome como
reconhecimento e gratidão do nosso povo ao muito que ele fez por Anápolis (a
antiga Andersom Cleyton).
O tempo foi passando e o Iron
também evoluiu e cresceu. Tomou-se um estudante dinâmico, consciente e líder em
movimentos reformadores, despontando como um intelectual com invejável
potencialidade. Sempre modesto e humilde, iniciou as suas atividades como
jornalista, prosperando com rapidez no domínio das ideias e na conquista de
rico vocabulário, que lhe valeram ingresso no campo da literatura. Em pouco
tempo avançou na área dos ensaios, das crônicas, dos romances, como um poeta e
escritor consagrado, publicando dezenas de livros, sobre os mais variados
temas. Sobretudo, bafejado pelo Espírito Superior, entendeu, imaginou, projetou e pôs mão à obra, fundando, em
1966, o “Lar da Criança Humberto de Campos”, inaugurado no natal de 1968, onde
acolheu de início, mais de uma centena de crianças. Continuou, e, ao longo de
décadas, mais de cinco mil crianças, sofridas, enjeitadas, abandonadas,
carentes, tantas, doentes, ali receberam abrigos, foram agasalhadas, medicadas,
alimentadas, instruídas e educadas, com carinho, respeito e amor. Assim,
amparadas, legiões de jovens tomaram-se adultas e capacitadas, integraram-se,
na vida comunitária como perfeitos cidadãos.
Iron Junqueira é o abençoado, um filho amado de Deus, um “homem de Boa
Vontade", dentre aqueles cantados pelos Anjos do Céu. Que anunciaram o
nascimento do nosso Salvador, Jesus, assim merecedor da paz, do respeito, do
carinho e do querer bem de todo o povo anapolino.
Para dar o suporte financeiro, ajudar e sustentar o seu arrojado e
benemérito empreendimento, Iron Junqueira dedicou-se, nas frias noites e
madrugadas indormidas, à nobre tarefa de escrever livros e livros, uns atrás
dos outros, os mais variados, romances, ensaios, crônicas, poemas primorosos,
sonetos, tornando-se o mais fecundo escritor, articulista em revistas e
jornais, de tantos que conheço militantes no Estado de Goiás.
Agora, com o seu magnífico livro “Murmúrios da Noite”, premiado, com a
Bolsa João Luiz de Oliveira, pela Prefeitura Municipal, uma coletânea de cento
e oitenta e seis primorosos sonetos, um poema e duas importantes e
significativas mensagens, ele enriquece o patrimônio literário e cultural da
nossa terra natal.
Distinguiu-me e honrou-me o nobre e distinto amigo, consagrado poeta e escritor, Iron Junqueira, para prefaciar o seu premiado livro “Murmúrios da Noite”, que contém
quase duas centenas de primorosos sonetos, um poema e duas bonitas mensagens
sobre os Pais.
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Lidos com vagar, meditando sobre cada palavra, os sonetos (com algumas
exceções) são lições que devem ser aprendidas porque trazem a verdade que
consola e nos anima na luta para vencer os constantes desafios.
Vale reproduzir:
“Que façam de suas famílias o ninho de felicidade que todo ser humano
merece”.
“Que tenham suas esposas e filhos, todos, sob o vosso amparo, Deus”.
Na segunda mensagem, então, o erudito autor faz dezenove comparações do
que ele considera ser pai. E um conjunto de expressões, repassadas de profundos
conceitos filosóficos, tão próprios do Iron, que ele, com a sua notável
segurança, expõe o seu pensamento. A tônica constante é a irretorquível verdade
nua e crua, que ressalta com a leitura de todo o texto.
Por outro lado, os numerosos sonetos, integrantes do premiado livro,
mostram a exuberância da mente criadora do poeta, retratada com uma invejável
riqueza de vocabulário, que eleva e engrandece o poeta como um verdadeiro gênio
na arte de fazer versos.
A leitura meditativa dos escritos do Iron nos eleva para a convivência
com a sua alma purificada de poeta, sensível às belezas da natureza, das
flores, do céu, das estrelas, ouvindo-se a música suave das aguas que brotam,
soluçando, da terra mãe ou caem, festeiras, como pérolas brilhantes,
mensageiras do amor de Deus, para alimentarem a vida!
O Autor canta suas aventuras, suas alegrias, suas apreensões, suas
frustrações, seu amor e a sua vivência, sempre submisso à magnificência e
onipotência de Deus.
Revela-se um
pensador, um filósofo preocupado com o sofrimento do próximo e faz reflexões
das excelências das virtudes como atributos necessários para suavizar a
vivência dos semelhantes.
Obrigado, meu amigo e meu irmão, em Cristo Jesus, pela benéfica e
honrosa amizade, que tanto me engrandece como me consola. Vejo Iron, em seu
sereno semblante, adornado pela alvura dos seus cabelos, o retrato da alma
escalavrada pelas lides da longa caminhada.
João ASMAR
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