quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

MURMÚRIOS DA NOITE




PREFÁCIO

Tive a graça de Deus, magnânimo e generoso para comigo, ao conhecer o jovem, adolescente, Iron Junqueira, que me foi apresentado por seu distinto e honrado pai, no recinto da Câmara Municipal, no distante ano de 1955, quando éramos Vereadores.
Compenetrado, porém, atento a tudo que acontecia no recinto do Legislativo, aquele menino-moço, de compleição normal, farta cabeleira e olhar penetrante, de baixa estatura, assentava-se na primeira fila das cadeiras reservadas ao público, parecia participar das discussões mais acaloradas.
Muitas vezes com ele dialoguei, porque comigo se afeiçoou, face à estreita amizade que mantinha com o seu nobre pai, meu companheiro na Câmara Municipal. Ali nos identificávamos com as manifestações e votos iguais, nas decisões de interesse público, sempre atentos na vigilância da moral administrativa. Sebastião Pedro Junqueira foi um exemplar cidadão, Vereador eficiente e notável por suas corajosas atitudes. Franco, destemido, valente e responsável, honrou o seu mandato e foi um dos bons obreiros do nosso progresso. Jornalista, empresário, diretor do jornal “O Anápolis”, sempre me franqueou as suas colunas para publicação de artigos, muitos, contrários ao Prefeito, da sua facção partidária. Uma bonita Avenida ostenta o seu nome como reconhecimento e gratidão do nosso povo ao muito que ele fez por Anápolis (a antiga Andersom Cleyton).
O tempo foi passando e o Iron também evoluiu e cresceu. Tomou-se um estudante dinâmico, consciente e líder em movimentos reformadores, despontando como um intelectual com invejável potencialidade. Sempre modesto e humilde, iniciou as suas atividades como jornalista, prosperando com rapidez no domínio das ideias e na conquista de rico vocabulário, que lhe valeram ingresso no campo da literatura. Em pouco tempo avançou na área dos ensaios, das crônicas, dos romances, como um poeta e escritor consagrado, publicando dezenas de livros, sobre os mais variados temas. Sobretudo, bafejado pelo Espírito Superior, entendeu, imaginou, projetou e pôs mão à obra, fundando, em 1966, o “Lar da Criança Humberto de Campos”, inaugurado no natal de 1968, onde acolheu de início, mais de uma centena de crianças. Continuou, e, ao longo de décadas, mais de cinco mil crianças, sofridas, enjeitadas, abandonadas, carentes, tantas, doentes, ali receberam abrigos, foram agasalhadas, medicadas, alimentadas, instruídas e educadas, com carinho, respeito e amor. Assim, amparadas, legiões de jovens tomaram-se adultas e capacitadas, integraram-se, na vida comunitária como perfeitos cidadãos.
Iron Junqueira é o abençoado, um filho amado de Deus, um “homem de Boa Vontade", dentre aqueles cantados pelos Anjos do Céu. Que anunciaram o nascimento do nosso Salvador, Jesus, assim merecedor da paz, do respeito, do carinho e do querer bem de todo o povo anapolino.
Para dar o suporte financeiro, ajudar e sustentar o seu arrojado e benemérito empreendimento, Iron Junqueira dedicou-se, nas frias noites e madrugadas indormidas, à nobre tarefa de escrever livros e livros, uns atrás dos outros, os mais variados, romances, ensaios, crônicas, poemas primorosos, sonetos, tornando-se o mais fecundo escritor, articulista em revistas e jornais, de tantos que conheço militantes no Estado de Goiás.
Agora, com o seu magnífico livro “Murmúrios da Noite”, premiado, com a Bolsa João Luiz de Oliveira, pela Prefeitura Municipal, uma coletânea de cento e oitenta e seis primorosos sonetos, um poema e duas importantes e significativas mensagens, ele enriquece o patrimônio literário e cultural da nossa terra natal.

Distinguiu-me e honrou-me o nobre e distinto amigo, consagrado poeta e escritor, Iron Junqueira, para prefaciar o seu premiado livro “Murmúrios da Noite”, que contém quase duas centenas de primorosos sonetos, um poema e duas bonitas mensagens sobre os Pais.
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Lidos com vagar, meditando sobre cada palavra, os sonetos (com algumas exceções) são lições que devem ser aprendidas porque trazem a verdade que consola e nos anima na luta para vencer os constantes desafios.
Vale reproduzir:
“Que façam de suas famílias o ninho de felicidade que todo ser humano merece”.
“Que tenham suas esposas e filhos, todos, sob o vosso amparo, Deus”.
Na segunda mensagem, então, o erudito autor faz dezenove comparações do que ele considera ser pai. E um conjunto de expressões, repassadas de profundos conceitos filosóficos, tão próprios do Iron, que ele, com a sua notável segurança, expõe o seu pensamento. A tônica constante é a irretorquível verdade nua e crua, que ressalta com a leitura de todo o texto.
Por outro lado, os numerosos sonetos, integrantes do premiado livro, mostram a exuberância da mente criadora do poeta, retratada com uma invejável riqueza de vocabulário, que eleva e engrandece o poeta como um verdadeiro gênio na arte de fazer versos.
A leitura meditativa dos escritos do Iron nos eleva para a convivência com a sua alma purificada de poeta, sensível às belezas da natureza, das flores, do céu, das estrelas, ouvindo-se a música suave das aguas que brotam, soluçando, da terra mãe ou caem, festeiras, como pérolas brilhantes, mensageiras do amor de Deus, para alimentarem a vida!
O Autor canta suas aventuras, suas alegrias, suas apreensões, suas frustrações, seu amor e a sua vivência, sempre submisso à magnificência e onipotência de Deus.
Revela-se um pensador, um filósofo preocupado com o sofrimento do próximo e faz reflexões das excelências das virtudes como atributos necessários para suavizar a vivência dos semelhantes.
Obrigado, meu amigo e meu irmão, em Cristo Jesus, pela benéfica e honrosa amizade, que tanto me engrandece como me consola. Vejo Iron, em seu sereno semblante, adornado pela alvura dos seus cabelos, o retrato da alma escalavrada pelas lides da longa caminhada.

                                                                                                   
João ASMAR

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